ROSA BRANCA
Fugiu a pomba do país das nuvens
sonho ou fantasma da morada humana
- é aquela rosa, lívida e mimosa,
Branca de Neve, parecendo morta.
Em barca de cristal vai-se, contida,
denso aroma e fulgor então se movem
para o momento imane da descida,
ao derramar perfumes, a corola.
E mais se guarda, a rosa em seu retiro
frágil, tão frágil, parecendo morta -
a sua essência aérea, luminosa,
fala sublime, na prece transida,
grácil, tão grácil, parecendo viva,
e o vento empurra o carrilhão das horas.
(Maria da Conceição Paranhos)
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