A Garganta da Serpente

Mephisto

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A OBSESSÃO DO SANGUE

Acordou, vendo sangue... Horrível ! O osso
Frontal em fogo... Ia talvez morrer,
Disse. Olhou-se no espelho. Era tão moço,
Ah! Certamente não podia ser !

Levantou-se. E, eis que viu, antes do almoço
Na mão dos açougueiros, a escorrer
Fita rubra e sangue muito grosso
A carne que ele havia de comer !

No inferno da visão alucinada
Viu montanhas de sangue enchendo a estrada,
Viu vísceras vermelhas pelo chão...

E amou, com um berro bárbaro de gozo,
O monocromatismo monstruoso
Daquela universal vermelhidão


(Mephisto)


voltar última atualização: 05/11/2002
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