A Garganta da Serpente

Mephis Vendreth

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Preto

Quem (orgasmo que já nasce morto
entre as pernas do cadáver que a
reagir não se atreve) algum (sangue
estancado na veia e na corda, dança dos
pés em desespero sofrer) dia (correia
senhora dos braços impotentes, nós
eternos na urtiga que amarra, enxerga o
alvor, mais negro que o crepúsculo,
lamenta o atraso do sempiterno dormir)
viveu?

Nasce (remorso que derrama a taça no
berço que enterra a criança viva) a
morte (sêmen que tinge pai e filha em
austero incesto) no parto.


(Mephis Vendreth)


voltar última atualização: 22/09/2003
3262 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente