O CAVALEIRO DE COPAS
Com tua dimensão volátil e inconstante
ajeitas o casaco que usas no frio de julho
e escuto tua voz: "não quero te perder..."
Sento-me a tua frente tensa e hesitante,
no exíguo espaço meio ao nosso entulho
e te respondo: "não quero mais sofrer..."
Trazes a velha proposta doce e inebriante,
na tua costumeira postura de tolo orgulho
e ansioso perguntas: "o que vais responder?"
"Caro e risível Perseu, cavaleiro de saga emocionante!
Não percebes que das imagens que em mim vasculho,
nada mais me prende ao teu antigo e sedutor poder?"
(Maria Helena Santini)
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