LONGA SENTENÇA
O que mata a esperança
É a tenra vida ceifada
Vitória da destemperança
O sulco cavado no asfalto
As pedras da barricada
O grito e o sobressalto
O terror na nuvem densa
Por sobre o quente basalto
Cumprindo a longa sentença...
O que mata a esperança
É a sirene que cruza a noite
Mensageira da vingança
O som estridente do açoite
Que faz eco no desalento
No lamento do alvo humano
Na dor que evapora no vento
Na marcha do desconsolado
E na dança lenta do engano...
(Agosto de 2006)
(Maria Helena Santini)
|