A Garganta da Serpente

Miguel Regozijo

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Noite Salgada

A janela quebrada rumorejava silêncios
Despida das vidraças era apenas
Um corpo lascivo a insinuar-se à lua
Nu, arrepiado pelos lábios do segredo
Olhavas perplexa a dança líquida
Tango, o cheiro dos corpos suados
A noite estava quente, cheirava a sangue
E convidava a ficar
O branco da mortalha lembrava-te
Outras noites, outros corpos, outros cheiros
Escondidos na escuridão do tálamo
Fechaste os olhos no aconchego do nada
E esperaste que a pele ficasse orvalhada
Pelo odor da saliva


(Miguel Regozijo)


voltar última atualização: 06/04/2009
10191 visitas desde 28/10/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente