A Garganta da Serpente

Miguel Regozijo

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Comércio

Um gemido acompanha o comércio.
Contrabando de sentimentos,
Roubados nas casas dos seus donos,
Moedas trocadas, níqueis lambidos,
Guardados nas mãos negras dos fugitivos.
Gestos frugais, ensinados, maldosos
Flores devassas, sem terra onde pousar
Esculpidas nos olhos inocentes,
Dos pequenos taciturnos,
Dos estéreis que não sabem
Daquilo que os cerca, que os sufoca,
Tornando-os iguais,
Ao mundo, aos Homens, aos gestos
Repetidos todos os dias
Rituais de sobrevivência, lama, lodo,
Comércio


(Miguel Regozijo)


voltar última atualização: 06/04/2009
10198 visitas desde 28/10/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente