meu coração tem anos de estradas
que jamais percorri,
gavetas internas
plenas de bocas
que um dia toquei no meu silêncio
minha alma antiga
reclama por um tanto de mar,
nas fendas doces do tempo,
nas reminiscências vaporizadas de afastamento,
nas promessas guardadas em algum cais
porque lavas inesgotáveis
correm nos traços das mãos,
na incandescência do que sou
singrando abismos
(Miriam Conforto)
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