O som e o silêncio
Suar em adoração
E amar até a exaustão
Em notas simples e suaves
Soltas, leves, insípidas, inodoras
Sofrimento em candura
Perdoar em benefício do amor
Chorando o agradecimento da dor
Encontrar o infinito, branco, depois transparente
É o nada que reflete a mente
Do próximo, de Deus, d'agente
Pisar no próprio orgulho
Olhando o lado escuro
Do humano, do eu, do tu, do mundo
É o vício, a abstinência
O som o silêncio
A morte na sobrevivência
De uma eternidade em acalento
Já não há mais procura
Já não há mais cura
São mundos que se fundem
Em vidas vividas que se unem
E o fim do começo
Da terra que retoma seu preço
Sem juros, se conformando com o que lhe resta
Uma porta, uma janela, uma fresta, em fim uma festa
(2004)
(Mirrofer)
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