A Lágrima
Dessa pupila viva, pequenina
Fonte de ânsias, queixas e amor,
Rompe uma lágrima de fulgente cor,
Como do orvalho a gota cristalina.
Resvala pela face purpurina,
Palpita, arqueja, estremece em for,
Como a pétala de mimosa flor
Que ao chão resvala na manhã divina.
Aqui, no alvo queixo, reclinada,
Detém-se um pouco, contemplando breve,
Inda uma vez, a face adorada.
Depois ... oh! não mais palpita, e leve,
Na hora extrema, como extenuada,
Cair se deixa nos seios de neve.
(Misael Romano Accioly)
|