A Garganta da Serpente

Miguel Lucena Filho

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

POEMA AZEVICHE

Bahia de água azul e alma escura.
A beleza negra quase azul e pura
é feita de dendê e sonhos.

O dia é de branco, e o preto
carrega o fardo da labuta.
À noite, ouço o toque do tambor.

Mestre Bimba, meia-lua inteira,
é pedra de toque do Pelô,
o ritmo que inspira Olodum.

Mestre Pastinha e seu compasso
protegido de Olorum
ajuda Ilê no Curuzu.

No Gantois, Mãe Menininha
recebe o negro Jehová,
conservado em barris de Carvalho.

Menina, segure a saia,
dance esse samba-lelê.
O bom da vida é comer
uma moqueca de arraia.

O pescador joga a rede
e lança a sorte no mar.
É linda a festa da partilha.


(Miguel Lucena Filho)


voltar última atualização: 05/09/2006
9520 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente