A Garganta da Serpente

Monalisa de Moraes

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Poema à vida

Ah! Como te detesto, o doce e amada vida,
O amargo açucarado do teu mel agridoce
Suave como um sonho de penas e chumbo, tão reais...

Tua simplicidade complexa me fascina
Te idolatro e te desprezo
Com todo o ardor de meu pensamento acéfalo
Oh pura vida pecadora e santa devassa!

Talvez o oscilar entre amor e ódio é que me mantenham
Logo no topo dos longos pelos do coelho branco
Tirado num instante da cartola do universo

Fica, se desejares, de cócoras bem rente à pele,
Amaldiçoais ou abençoe a vida, durante toda ela.
Distancia-te cada vez mais da ambulante metamorfose

Mas saiba, filho do tempo, não aprendestes a viver;
Não sabes o que é amar
Não saberás o que é prazer, sem antes conhecer a dor.

Conhece-te a ti mesmo, oh homem,
Conhecerás todo o universo


(Monalisa de Moraes)


voltar última atualização: 13/01/2009
8394 visitas desde 06/10/2008

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente