A Garganta da Serpente

Mônica Ash

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Boemia

Das pequenas certezas que tenho na vida
uma delas é que a boemia ainda vai me matar um dia
Essa maldita boemia!
Essa vadia que me seduz
e acaba comigo
e com o meu corpo
e tira-me o sono
e rouba-me o prazer de sentir o frio dessas belas manhãs de inverno
Ah! A Boemia!
Essa dama de lábio quentes
e mãos suaves
que conduz-me por ruas escuras
de bar em bar
Essa velha carcamana
que faz minha cabeça doer
às nove horas da manhã de uma quarta-feira
ou de uma quinta
ou até mesmo de uma segunda-feira de sol ardente
A Boemia...
Aquela a quem sigo como devota e amante eterna
Aquela que ludibria
Aquela que me liberta das mazelas de uma vida programada
Ah! Essa Boemia!
Amiga minha desde os tempos de escola
Companheira das noites longas de insônia
Meu coração a muitos homens pertence
mas meu espírito corre leve
por entres dedos longos dela
Ah! A Boemia...
Essa que corrompe minha alma e minha carne
Quem dera libertar-me das amarras de teus braços!
Mas contigo quero viver e morrer assim,
sedenta por mais um pouco do vinho
que teus lábios libidinosos tem a me oferecer
Ah! Essa Boemia...


(Mônica Ash)


voltar última atualização: 22/03/2006
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