Querer-me
Castigo infernal querer-me,
não pertenço nem a mim....
Sou fuga, névoa fria sem forma...
Meu existir é tortura, palavra suspensa
Desejo infinito, busca egoísta...
Quero meu prazer somente
Andar sem rastro, decompor-me
Provar teu gosto, depois outro...
Sofrer tua falta, alucinar a língua
Depois, quedar vencida sem rosto
um nome perdido, estrela caída...
Sentir corvos devorando-me por dentro
Escrever a sangue linhas inúteis,
Lágrima enganada , caminho cortado...
Sou minha própria mentira.
(Mônica Fernandes)
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