PAIXÃO SELVAGEM
Lavarei minha dor sem qualquer pudor
Nas lágrimas inocentes de outro amor,
Afogarei minhas mágoas na boca do nada,
Farei serenata sob a tua janela fechada
Deixarei minha ilusão pelos cantos da madrugada
Farei do momento um fato, que seguirá o ato
De esquecer de vez o passado ingrato
Como as raras cenas da minha infância calada
Ficarei apenas com uma tênue lembrança nublada
Que chegará com o vago cheiro da aurora,
Pedaços da nossa história que guardo na memória,
Como uma nódoa de maçã que some pela manhã
Arrancarei a esperança do rosto da alma
Mostrarei apenas o lado brilhante da face,
No outro esconderei o medo como um disfarce,
Que briga, mas não reage à falta de coragem
De viver outra vez, a fúria de uma paixão selvagem.
(10/10/03)
(Morgana)
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