A Garganta da Serpente

Maria Regina de Souza

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Fugitivos

Seus contornos me rodeiam
Num espécie de raro torpor
Jorram palavras não ditas
Desejando a frase quase maldita

Em ti, com tonturas, encontro
Algo similar que temia perder

Te encontro, sem nitidez,
antes da minha partida
Sem perceber...

E agora, que fazer?
Se antes do claro amanhecer
um amor, bêbado, nos flagrou?

Lá fora, a vida, aflita, devora
cada pedaço, perdido, do desvario
Ofegante respiração entrecortada...
Lembranças, bruscas, fragmentadas...

Uma mera coincidência de amar
No espaço, num instante de olhar
Juntos, medo de perder...
Separados, medo de encontrar...


(Maria Regina de Souza)


voltar última atualização: 29/11/2007
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