A Garganta da Serpente

Mulher do Saco

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EMPECILHO

Na lajota
Já lota os traços
Que de tortos se enchem de traças
Que de mancos se fazem chacotas
Minha eterna desforria
Ria da desfora dos amantes
Antes das surpresas,
Presas a infinitas veias
Sacando as armas tortas
Amando as amas mortas
Chorando as velhas matas
Escorregam à dedos em léu
Até meus medos amantes do céu
Se amasiam em olhos de reza,
de regar, de ninar, de dormir
Há mil faces se há de me achar
nos distantes aras de lá
Entupindo em estupidez desflagelada,
Mas em desconserto há de eu dizer
Meu pequeno, não há alma,
não há poesia,
essa poesia fala de nada,
essa poesia de nada fala.


(Mulher do Saco)


voltar última atualização: 03/01/2006
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