A Garganta da Serpente

Myriam Peres

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Tropeira...

Sou tropeira, sela quente.
Vou montada sempre ardente,
Tocando minha boiada...
Soltando minha laçada...
Cantando a passarada...

Cabelos soltos ao vento,
Em desalinho fagueiro,
Vou revendo verdes pastos,
Acompanhando meu gado,
Com meu coração festeiro


No sertão da minha vida,
Das esporas esquecidas,
Com meu gado, sou trigueira.
Minha fé, sou boiadeira...

Nas cantigas do nordeste,
Pinga o veio da esperança.
Solto a voz, meu gado lindo!
Acaricio sentindo,
O meu vigor sempre infindo...

Tropeço na ilusão,
Com o laço na minha mão.
Não vejo qual a razão.
Vadio o meu coração!
De sentir tristeza, não...

Chegando ao meu destino,
Com o sol abrasador,
Vou sentindo o esplendor,
Com meu gado, muito amor...
Das loucuras, sim senhor...


(Myriam Peres)


voltar última atualização: 01/03/2002
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