A Garganta da Serpente

Odair Ribeiro

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Ferro

Neurônios inertes
Por vezes acusam: não époeta!
O vazio do pensamento popular néscio lamenta:
É, reúnes palavras, apenas,
Buscas pensamentos não populares,
Formas diversas das que já foram forjadas,
Obstruir mensagens prontas, mentirosas.
O machado é ferro, mas não modela o ferro, fogo.
Rompemos o andar ignorante.
Deus, o elevador de bestas feras aos céus,
Não se apresenta, e o homem descrê, espera, quimera,
Mel em favo abandonado
Olha para todos os lados, dizem: é tarado.
Mulher de pernas e bunda perfeita andando saliente.
Os átomos sexuais se agitam, fervem, gemem.
Quer comê-la, triturá-la delicadamente,
Fundir-se nela feito sol poente,
Raiar entre seu sexo igual sol nascente,
Sair ileso feito soldado que volta da guerra.


(Odair Ribeiro)


voltar última atualização: 19/01/2009
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