Às Vezes Ficam Assim Meio Desorientados
Miram-se no espelho mariposas,
Esposas dos esposos expostos,
Serelepes saltimbancos aos prantos nos barrancos.
Às vezes ficam assim meio desorientados. Olham para qualquer lado e nenhuma
paisagem serve para descanso. Não há balanço que embalem
neurônios nervosos. Às vezes ficam assim meio desorientados.
Nuvens, buracos negros, turbilhões de lamentos.
Jogadas no asfalto falto falso fosforescente sente a mão por baixo
do vestido desnudando a carne fria, arrepiada, piada para qualquer humorista,
Não há gargalhadas nas sombrias madrugadas.
Às vezes ficam assim meio desorientados,
As névoas da manhã fria sobre os lagos que norteiam as matas matam
o calor, o vapor do odor que saem dos corpos que gozaram o gozo do coito animal.
Ser oposto, macho, fêmeo, fêmeo, macho, tanto faz, se um está
na frente, ou se é o outro que está atrás... tanto faz...
Às vezes ficam assim meio desorientados.
(Odair Ribeiro)
|