A Garganta da Serpente

Orlindo Eugenio

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Um Sonho

Saio fora, a andar
sei lá...
qualquer coisa pode-se poetizar.
Ouço no escuro
na voz de uma certa magia
sobre andantes solitários
nas noites de encontros com o desconhecido.
Em silêncio profundo
num lugar desse mundo
na letra de uma canção
a solidão de uma visão
aí então tudo não importa
a realidade e o sonho
misturam-se diante da porta
não penso
ajo
entro
e dentro, vejo-me fora
a vida está morta
a morte vive todo tempo...
Alguém chora!...
Movimento!
Está quebrado o silêncio
uma presença sonora
vem e vai-se embora
um momento
num lugar
num tempo,
um existir
num ato de fluir
ou sugar,
como o vento
comovente assim
sem ponta nem fim
um não num sim
ou talvez nem, enfim...
um gesto num beco
um protesto pitoresco,
num meio
na noite
o seio
a ceia
receias!!??
A vida linda
e a morte feia
num passeio
juntas ainda
e sempre
e o caminho pela veia veio
e eu vou indo
jogando as sementes
contente, à frente...


(Orlindo Eugenio)


voltar última atualização: 06/10/2000
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