Portas
Uma música ao longe
as portas se abrem para a escuridão.
O caminho desaparece
sob o lençol de todas as direções.
O crepúsculo, de uma janela ao oeste
torna-se o mundo todo.
A estrela do sul brilha no ápice do céu negro
sua luz néon,
sua alma silenciosa
que ilumina todas as mortes.
O dragão não tem mais que uma cabeça
e lentamente devora a todos que ouvem a voz
sigam a luz
sigam a luz.
Para além dele está o dialético limite,
a vitória ilusória,
a terra dos bruxos
onde a verdadeira viagem começa.
Sóbria, a porta fecha,
uns poucos têm a chave,
aos outros, ouçam a voz
sigam a luz,
sigam a luz da boca do dragão.
(Orlindo Eugenio)
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