A Garganta da Serpente

Oscar Calixto

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A Sina dos Amantes - Pour Elise

Triste sina
A dos amantes
Que percorrem
Noites escuras
Procurando estrelas
E apontando a lua
Que muda inconstante
Ao passar das horas

Oh, paixão arrebatadora
Que invade meu ser
Que é parte do tudo
Longe do nada
É ode do mundo
Em longa jornada
E caos uniforme
Das formas disformes

Sentir teu rosto rubro
Tão perto de mim
Desperta em meu ser
Caminhos sem fim
Oh, paixão convulsiva
De mal passadas horas
Tu és doença corrosiva
Que invade minha vida
E reduz minha existência
A seu próprio querer

Se antes neste mundo
Eu pensava no agora
Hoje pra mim não importa
Um segundo de hora
Entrarei em teu mundo
E cantarei teus encantos
E enquanto tu dormes
Velarei por teus mantos

Oh, o amor ensina as tochas
Como devem brilhar
Pende a face da noite
Com ricas jóias
Em seu despertar
Faz-nos indiferentes
Ante a beleza pura do universo
Não se define em linhas, palavras nem verso

Triste sina
A dos amantes
Que nunca sabem
Quando devem não amar
E se afogam sempre
Em linhas curvas
Quando formas geométricas
É o que se deve conquistar

Como então comer do pão
Sem antes provar do mel?
Como então dizer que ama
Sem nunca do amor
Ter provado um pouco do fel?
Que ame todo este ser como aquele
Que insistentemente procura no céu
As razões e circunstâncias da existência da vida

Oh, triste sina
A dos amantes
Que mudam inconstantes
O rumor de suas horas
Triste sina a daqueles que se fazem
Indolentes ante a beleza da vida,
Envolventes ante a certeza de vitória
E inconseqüentes ante o amor e sua glória.


(Oscar Calixto)


voltar última atualização: 21/07/2005
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