A Garganta da Serpente

Oscar Calixto

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A Minha Espera

Veio como rosa
Meu jardim enfeitou
Transbordou-me com encantos
Me fez homem em seus cantos

Minha espera sempre contida
Para encontrar em seus braços a vida
Medo eterno de perder-la de vista
Até a hora em que falou-me de amor

Não mais a última vida
Não mais um único amor
Não mais estive sozinho
Completei-me em seu calor

Ao relento
Lembro-me apenas de todo o tempo
Em que meu corpo chora seu pranto
Por estar muito longe de seu devido canto

Me afogarei na minha bebida
Beberei sua última gota
Pensarei para o resto da vida
Quanto bem me faz tua boca.

Que diga a razão deste poema agora
Quando o sono já me diz sua hora
Não procuro explicar tudo agora
Apenas expresso o que o meu peito me chora

Viverei este eterno romance
Mesmo que esteja ele fora de alcance
Saberei dizer por agora
Vem logo, não demora. Esta é a nossa hora.

Minha espera está cintilante,
Tão pulsante quanto os versos de Dante
Me deleito neste pequeno espaço
Esperando me jogar inteiro em seu braços

Plantarei teu olhar em meus olhos
Sugarei teu corpo pra mim
Para sermos para sempre um corpo
Sem começo, nem meio, nem fim.

Eis que és a minha razão
Eis que te transformas até mesmo em inspiração
Admira-me a tua proeza
Por tirar de mim toda minha certeza

Agora te vejo em meu eu como rosa
Agora te vejo em meu ser uma prosa
Te vejo toda ardente em desejo
Te beijo... te beijo... te beijo


(Oscar Calixto)


voltar última atualização: 21/07/2005
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