Saudade
Em meus olhos a nostalgia presente
Não possui um pingo de tristeza,
Mas o precioso e lapidado presente
Cravado copiosamente em lembranças,
Voa...
...Pousa sob os umbrais de tua porta
conosco; juntinhos e abraçados.
Em meio aos cristais límpidos,
Doce, frio e líquido: o choro dos deuses;
Que valsam à melodia e ao toque do vento
Até se despedaçarem ao tocar o chão,
Fintamos algo, fortuito, longínquo.
Um quintal vasto e verde
Estende-se à nossa frente.
A grama cresce com o toque da chuva
Como crescem nossos beijos e abraços.
O céu permanece enegrecido
Por horas e horas a fio.
Lavam a alma, a culpa e a solidão,
Também aumentam o calor e acendem o desejo.
Fecho os olhos.
Nada mais importa neste momento,
Que dura...
Dura...
Dura...
Já virou saudade.
(Osiel Alves da Silva)
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