A Garganta da Serpente

Osiel Alves da Silva

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ENTREGA

Não há como olhar para você
E não captar, na sua essência,
Esta beleza exalada no clangor
Da sua acentuada pureza.
Tamouco respirar o seu mesmo ar
Sem que um sôfrego e repentino nó
Me aperte a garganta,
Impedindo que esta alma,
Aprisionada de paixão
Liberte um tufão de palavras,
Descrevendo a intensidade
Dos sentimentos que permeiam
Os átrios do meu coração.
Vazios de mim mesmo
E inundados de sua essência,
Apaziguadora como a brisa
Que agora nossos rostos toca.
Como não sabemos de onde vem
Sequer para onde vai esta brisa,
Assim há de ser este tufão;
Ou ele nos arrebatará
Súbita e avassaladoramente
Em algum instante
Em que nossos lábios se tocarem,
Ou ficará contido no peito
Até que os seus olhos
Arranque-o de minha alma.
Quando, enfim, libertado,
Fará dia a tua noite,
Esvaziará seu silêncio mórbido
Com a música abundante
No ritmo desvairado
Dos nossos beijos mágicos,
Chamuscado pelo fervor
Dos nossos corpos em atrito
Num abraço,
Onde minha alma deixará
A impressão intrínseca
No teu corpo belo
Da veracidade dos meus sentimentos.
Ficarei ao seu lado assim
Com ela fundida em seu corpo
‘Té o tufão atenuar seu furor
E a brisa revelar –nos, em seu toque,
Que atrelada à minha
Está a sua mão, seu toque... sua impressão.


(Osiel Alves da Silva)


voltar última atualização: 22/03/2004
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