DUALIDADE
Santa ou fêmea
sou duas, só pra te agradar.
invisto na insistência de querer-te meu. Mas
o sentimento não é bumerangue.
Recolho as preces e lavo as mãos.
Escolho cuidadosamente momento do adeus
- que não virá -.
Reviro meus dias
meus sonhos e trilhas.
Desfaço os atalhos.
sem querer, reforço incômodos nós.
assusta-me o vício
de saber-te bem-vindo
aos devaneios meus.
Na fuga, me perco de mim e
estremeço em teus abraços.
Fêmea, rasgo tuas costas
Santa, curo tuas feridas e aceito
dividir teu peito em mil pedaços
o menor deles
reservado pra mim...
(Ostra)
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