NA PONTA DA LÍNGUA
No despertar,
admito ser teu desatino
e me deixo exalar.
No devaneio
encontro tuas mãos
e violo com a língua
teus lábios com desejo.
Na desmedida toada
rearranjo cada nota.
Caso exista descompasso
nas paradas passo e posso
desatinar no teu jazz.
Desatento,
registro minha deriva
no teu destino
e desqualifico todas as notas...
Morro de vontade de você.
(Otavio Studart)
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