A Garganta da Serpente

Otavio Studart

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ABORRALHADO

Palhaço criado da piada amoral
sem um só riso real,
ser sem obrigado a doar dor
entrega sua emoção atrelada
sem que seja um aforismo fatal.
Infame, paciente com cabeça de vento
desconsiderado autor de tonterias
recebe em frangalhos
a comenda dos fracassados.
Solitário menestrel cordial
padece até hoje por ser um ser
desencontrado com alma pirata.
Caso algo interfira no passado
relaxa e deixe fluir o que sentir.
Mesmo que não tenha nexo,
continuarei a pensar em ti com ternura.
Disfarçador por saber ser romanceiro
desdenha e desenha a dor no entardecer,
ao contar mil mentiras em acordes coloridas.
Dissimulado, fariseu, mediador de intervalos
sabedor da dor de passado
fingidor nômade de matuto
contador de de famosas calúnias
sem tom e sabores diversos.
Editor propagador do romance
secreto do caixeiro que não viaja
que só mesmo eu,
no meio do meu desleixo
sei onde foi escondido.


(Otavio Studart)


voltar última atualização: 23/11/2009
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