A Garganta da Serpente

Pam Orbacam

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Singular

Poro afora brota o pêlo
Suam o pêlo e o cabelo.
No cabelo, poro e pêlo,
Luz de pele, luz de parto
Na fumaça do cigarro
Que embriaga o poro e o pêlo.

Parto só e parte o medo
Que divide o pensamento
Entre o vão e o concreto,
Entre o são ou insano gesto.

Da verdade ou falsidade
Gera o ato, gera o feto,
Nasce o fato e aborta o credo
Que fecunda o pensamento
E transborda em saliva
O que mente e o que sente.

Confusão que vive a mente,
Mente a boca e sente medo.
Contudo, suicida certeza
Despreza toda a fraqueza
E desperta poro adentro
Na mucosa da narina
O perfume do cabelo,
Estonteante lembrança
Do suor que molha o pêlo.


(Pam Orbacam)


voltar última atualização: 24/04/2008
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