A Garganta da Serpente

Patrícia Evans

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CHOVO

(Enlameado corpo
inundado espírito
e minha visão turva
não o identifica por perto

Toda minha carne alagada
Você não virá como de costume
está claro - deixará
toda minh'alma imortalmente afogada)

Normalmente são os dias
de secura e de umidade nula
são de calores selvagens
e de duras batidas de corações

Dias de raios de sol atrozes
que estou alheia às tentações;
eis o dia em que nasço
me recrio, vivo e não morro,
dias em que sou estorvo

Mas quando você não ouve meu chamado
o céu fica carregado e invariavelmente chovo


(Patrícia Evans)


voltar última atualização: 28/09/2004
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