A Garganta da Serpente

Paula Cury

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Ah! Saudade.

Saudade do que se foi
Saudade do que virá, talvez
Saudade é nome triste que em mim habita
Saudade é canção que meus lábios entoam

Saudade, saudade, saudade

Triste poeta sem saudade
Sem rimas e sem canção
Caminha sem rumo a contra-passo
Suspira sem ter razão.

A lua, triste, chora estrelas prateadas
Busca nas nuvens o que lhe roubaram
Os raios do sol não a alcançam mais
A saudade respinga em orvalho sem fim

Ah! Saudade, saudade, saudade

Seu cheiro ainda no ar
Seu cheiro, saudade, apenas seu cheiro.
Já não lembro a cor dos olhos
Já não sinto o gosto da boca

Pássaros já não cantam em minha janela
O rádio está mudo, em silêncio como eu
Janelas fechadas a ferro, a trinco
A porta há tempos não se abre mais.

Ah! Saudade, saudade, saudade.

Vem e vai sem pedir licença.
De mansinho invade meu travesseiro
Faz ai sua morada cruel,
Me leva em sonhos sem fim

Chama em gritos a quem espero
Tira as rimas de meu pensamento
Busca no impossível o possível
Traz de volta da saudade a saudade em mim

Ah! Saudade, saudade, saudade

(Março/2004)


(Paula Cury)


voltar última atualização: 26/11/2004
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