A Garganta da Serpente

Paula Ramos

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Uma flor, um abraço e o acaso

Você, por acaso, estava lá
Eu não vi você chegar
Ah! Mas eu vi você dançar.
Bem na minha frente
Verdadeiramente contente
Com seus amigos ao lado
Como se fosse um abraço
querendo te encontrar
Tímida, perguntei de você.
Aquela noite eu tinha que te conhecer.
Eu queria te beijar.
Você veio de tão longe
E o destino cruzou nossos caminhos
ou será o acaso que brincou de dadinhos?
Ou os dois numa disputa acirrada
Banhada a cerveja, cigarro e gargalhada
Apostaram quanto tempo isso ia durar?
Será que estes Deuses estão brincando,
fazendo apostas e nos testando.
Eu só sei que me restou, pelo menos,
Uma rosa e um telefonema.
Rosa virtual, que pena
mas, pelo menos, um telefonema.
Já não durmo tão contente,
Você sempre em minha mente.
Me tira o sono e, quando durmo,
contigo sonho. Bem! Eu não me lembro.
Não tão feliz, porque queria você aqui
Não tão contente porque tenho que
me manter firme, sem sonho,
estática, com coração de pedra
com os pés fincados na terra
para não sair voando,
pelos campos flutuando.
Já confiei no destino.
Já acreditei no acaso.
Eles riram de mim
me fizeram de palhaço.
Vou tentar não voar,
com um dos pés no chão vou ficar
e, ainda sim, sempre, hoje e sempre,
para você sempre e sempre
terei uma rosa e um telefonema
E, quando quiser, escreverei um poema,
sem rima, com algum erro,
meio amarrado, feito de repente,
sem querer, impensado
do jeito que gosta meu amigo
O acaso...


(Paula Ramos)


voltar última atualização: 07/08/2007
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