A Garganta da Serpente

Paula Valeria Andrade

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Textura da Cena

Essa é a textura da cena,
onde as relações
estão expostas
e não sabemos ainda
se tudo vale mesmo a pena.

Sua pele dourada
é o conteúdo
de meus olhos
e de outros olhares

Os passos passam por muitos lugares
mesmo quando parados

A rusga entre os pares
compõe em assimétrica marcação,

o bit do pulso descompassado

E sem uma única só palavra
vem a volubilidade, um caráter eloqüente

A respiração arfa, o pulsar é quente

Ainda que desalinhado,
ele ainda busca
a peca final do puzzle

A chave, a pedra, o segredo
(the key, the rock, the secret)
da porta da resposta de tudo

Ator de seu palco pessoal
revela o tecido da historia
costurada em cada esquina

E se pergunta perdido
a cada expressão,

Aonde se oculta o registro
do anjo ou do bandido
ali contido na fala ou na ação ?

Por onde se revelam
suas eqüidades ou iniquidades
Aonde se imprimem suas verdades?

Cada cena traz o seu dilema
mesmo quando ainda não sabemos
se tudo ali no tabuleiro,vale ou não, a pena.

Cada ato tem um passo,
cada passo tem um fato.

A chave do progresso
esta escondida no processo,
E você, sem saber de nada,
anda pelas ruas
como um personagem de cinema.

E a textura das relações,
revela o portrait
de um pessoal teorema.

Puzzle pessoal de um qualquer
de qualquer um, normal.

Ator, de seu caminho - e suas pedras
sejam elas rocha ou
de areia e sal

ou então a do Graal.

(2005)


(Paula Valeria Andrade)


voltar última atualização: 01/04/2007
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