O mito (tu)do
"O mito é o nada que é tudo"
Fernando Pessoa
O nada naquilo que tributo
Se as formas contêm o absoluto
Nas formas mantém em resoluto
O destino da identidade ideal
Amélia, Maria, Nefertite, Cleópatra...
passível possível "femme" fatal,
Afinal pouco importa
o que do sumo se escorre
o mito de nada morre
O tudo contudo é um porre.
Se na alegoria há muito que elabore
Por não ser simples na linha do limpo traço
Perversamente persiste que ignore
De todo o Globo o bagaço.
Ajustamentos
Sobreposições
Justa causa
de todas as razões,
No mito o tudo que é tudoquasenada
tudo daquilo que ele tem
(é nada e é tudo)
Simplesmente sobrevem.
(Paula Valeria Andrade)
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