A Garganta da Serpente

Paulo Themudo Gomes

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Corpo

Fazem-me falta,
Toques de silêncio das tuas mãos
No meu peito.
Invisto neste sentimento
Que na maré alta resisto
Cinzento, de cansaço, de ausência.
Onde estão essas coisas?...
O que tive...
Perdi e perdido
Despido
Como qualquer mendigo.
Faminto, faminto de ti
Que estás algures
Onde não te encontro.
Tantas fantasias,
Tantas relutâncias... Quem sou eu?
As fileiras estão algures
Nas margens deste pensamento
Que se quebra em ondas vibrantes
De tamanho silêncio.
O que vem agora dos teus lábios?
Qual é o fruto?...
Ah... Descalço aos pés de Deus
Sem vontade na maré dos tempos.
Onde estou?
Falta-me a vontade... Faltas-me tu.
Onde estás?
Sei que estou sempre sozinho
Choro, guardo essa lágrima
para que não se perca no caminho,
sem destino.
Onde se deita a poesia?
Que é feito da maresia?
Estou constantemente à procura...
De quê?
Onde estás?
Vem... Vem meu anjo
Que já não caminho.
Sei que é duro
Estar aqui
Sempre a pensar em ti.
Dói e amargura a ausência
Do pensamento
Que se escondeu, por aí...
Era parte de mim,
Feitiço sem lua
Nas mãos que mendigo.
Choras...
Grito!
Onde estou?
Para onde vais?
O que é isto?
Faminto de sentimentos,
Louco de ausência.
Vem...
Vem depressa
Preciso de ti.


(Paulo Themudo Gomes)


voltar última atualização: 17/01/2005
6332 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente