A Garganta da Serpente

Pedro Fernandes de O. Neto

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No extenso horizonte-sangue

no extenso horizonte-sangue
que desenha-se ao longe
enxergo-me nu.
desnorteado.
desordenado.
fugindo de mim no espaço.

e no vôo rasante
rasgo o céu diamante.
esbarro nas tintas d'aquarela-aurora.
por horas fico suspenso.
o globo corroendo minha coluna.
com seu peso.

desacordo.
enxergo dentro de mim.
minhas entranhas podres.
arranco-as fora:
fígado. baço. intestinos.
e poluo os oceanos.

pendente.
com min'alma nas mãos.
sou vil amante do caos.
da solidão.
de perto transmutado.
dilacerado. desfigurado.

no extenso horizonte-morte.
a escuridão escondeu minha face.
estou cego debatendo-me em trevas.
fugindo de mim no espaço.


(Pedro Fernandes de O. Neto)


voltar última atualização: 11/03/2008
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