A Garganta da Serpente

Pedro Fernandes de O. Neto

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MARCAS

no espaço flutua a lua
leve lua nua
na pálida noit fria
clara, claríssima.

no vazio negro
do u n i v e r s o
ao osrevni caminha a Terra
GRITA e BERRA a vida
    e
        s
    v
        a
        í
        d
            a
pelo r a l o do tempo.

nas trevas do quarto
sob a luz b r a n d a de uma vela
      e
  s
         v
      a    
         í

     -s
         e
o tempo nos grãos de areia
do relógio medieval.

e no SSSSSSilêncio do curral humano
o quarto v a g o
s o l t o
no e s p a ç o-casa
v a g u e i a
o cérebro [mente andante
à procura de uma amante-marca do sentido-vida.

e como a lua
leve lua nua
meu pensamento
f l u t u a
nas trevas do quarto.
e farto do mundo, do silêncio
vomito as palavras
em tinta-vômito negro desenhado
marcas de um GRITO pungente.

InDiFeReNtE comigo mesmo
nos desespero, BBBBEEEERRRROOOO, URRRRRO, GRITO
abafo tudo no papel branco
que suga meu vômito-palavras.

às vezes o ssssilêncio torturante
delirante e cortante d'alma humana insana

   e
           s
          v
           a
                   i
                -se
quando surge o papel branco em nossa frente
e freneticamente rabiscamos, riscamos qualquer coisa
imprimindo nossas marcas.


(Pedro Fernandes de O. Neto)


voltar última atualização: 11/03/2008
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