MARCAS
no espaço flutua a lua
leve lua nua
na pálida noit fria
clara, claríssima.
no vazio negro
do u n i v e r s o
ao osrevni caminha a Terra
GRITA e BERRA a vida
e
s
v
a
í
d
a
pelo r a l o do tempo.
nas trevas do quarto
sob a luz b r a n d a de uma vela
e
s
v
a
í
-s
e
o tempo nos grãos de areia
do relógio medieval.
e no SSSSSSilêncio do curral humano
o quarto v a g o
s o l t o
no e s p a ç o-casa
v a g u e i a
o cérebro [mente andante
à procura de uma amante-marca do sentido-vida.
e como a lua
leve lua nua
meu pensamento
f l u t u a
nas trevas do quarto.
e farto do mundo, do silêncio
vomito as palavras
em tinta-vômito negro desenhado
marcas de um GRITO pungente.
InDiFeReNtE comigo mesmo
nos desespero, BBBBEEEERRRROOOO, URRRRRO, GRITO
abafo tudo no papel branco
que suga meu vômito-palavras.
às vezes o ssssilêncio torturante
delirante e cortante d'alma humana insana
só
e
s
v
a
i
-se
quando surge o papel branco em nossa frente
e freneticamente rabiscamos, riscamos qualquer coisa
imprimindo nossas marcas.
(Pedro Fernandes de O. Neto)
|