SEM TÍTULOS I
Ah, se eu me libertasse do casulo
Que os meus sentimentos repreende
Se eu com uma faca ou lâmina cortante
O cortasse e me visse livre
E à áurea vida planejada
Eu tivesse acesso e me divertisse
E gozasse dos prazeres cárneos...
Estaria morto, mas já vivi bastante...
E talvez na morte, me encontre vivo
Pois na vida me encontro morto!
Eu preciso
Eu preciso de uma namorada
De uma nova morada
De que me ame a minha amada
Preciso de alento
Que seja falso
ou verdadeiro
Que seja o penúltimo
Ou o derradeiro
Que me seja útil...
Que me dê força
Para a vida
Ou para a forca
Que me alerte
Ou me enterre
Que me motive
A algo que nunca fiz...
Preciso de não precisar de alguém
De que os outros não precisem de mim
De na precisão encontrar um SIM
E de negar esse SIM aos outros
Preciso enfim,
Do contraste eterno em que vivo
De pesos e medidas sem teto nem piso
De regras gerais pra cada um
(Poeta Louco)
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