A Garganta da Serpente
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Poeta Louco<

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DOIS "SONETOS"

Vivo nesta passagem agônica
A respirar defuntos decompostos
Que os terríveis seres saprófitos
Amaram de forma antagônica

Produto dum DNA malfeito
Vivo posto na fraqueza orgânica
Que me fere o rosto e o peito
- Podre fruto desta fusão gâmica

Não haverei de completar o ciclo...
Nem de fundir o meu ser da descendência
Com o seu e pra gerar tamanha demência

Sem mais nada pra contar nesse soneto
E já se findando este último terceto
Não digo nada pra rimar com ciclo.
 

Abominável criatura, jaula do ódio
Juiz que só sentencia à amiga morte
Tantas vezes caído no vício do ópio
Corpo sangrento como um corte

Fusionismo trágico do sul ao norte
Que amadureceu para a derrota
Toda malícia que esse ser comporta
Não há de se acabar até a morte

Que poeta louco a se descrever
Usa esse artifício: o maldizer
E espera dos outros compreensão?

Não me esqueci de dizer que tenho sido:
Um triste espermatozóide crescido
Esse sou eu, vocês, quem são?


(Poeta Louco)


voltar última atualização: 05/09/1999
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