Casa
E quando a garganta trancava em dor
(criança, a mãe lhe amarrava um lenço com álcool
e cânfora forte no pescoço),
os olhos atravessavam, mais uma vez, a janela.
A janela que insistia em abrir seca e ferruginosa
de cara pro muro descascado, guardado
na casa de esquina, lá atrás,
(anos, metros, minutos, quarteirões atrás),
onde três pequenos vasos lhe engrandavam
a visão dos miolos roxo-escuros dos amores-perfeitos,
tão vivamente amarelos.
(Priscila Miraz)
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