(IN)JUSTIÇA

reinam os perversos por tempos
importunam dos justos a vida
encarrega-se aos poucos a história
do castigo aos seus pecados

caem bombas do céu
flagelos ativos radiosos
masmorras banhadas em sangue
história dos fatos no tempo

poderes os têm por ter
usuras de vidas e almas
esnobe canalha de incerto durar
sem dó nem piedade afasta resistentes

castigos eclodem em série
cascatas ditadoras no tempo
intempéries da histórica vida fugaz
lamentos poéticos tristonhos

reina impiedade pelos tempos
retornam piores flagelos
monstruosos cogumelos
revolvem da terra aos céus

brada o mundo clemência
juram tiranos inocência
justificam a impune violência
intimidam ação com palavras

dita a pessoa poder às demais
dita a nação poder sobre o mundo
dita o horror pavor à alma
dita o medo capitular

lamenta o universo a visão
do sangue escorrendo na terra
dos brutos a traiçoeira ação
e democráticos motivos de guerra

sombras encobrem a pobre história
manchas perduram na geografia
usos macabros da clara ciência
na matemática melancolia

(Prof Roque)