ADORMECER
a noite treme na escuridão
fantasmagóricas alérgicas figuras povoam o âmago
inserem um ar lusco-fusco de luminoso
num tom duvidoso
nebuloso
tenebroso
a noite consome meu inconsciente
tremem meus nervos impotentes
tinem os sons dos gritos alucinantes
num ritmo crescente
irreverente
indecente
a noite enlouquece os sonâmbulos
oníricos pedaços desprendidos do além
fingidas buscas de alguém
num passo inseguro
procuro
entender
o futuro
a noite espanta
ou encanta
desengana
ou engalana
no colo de Ana
finalmente adormeço
(Prof Roque)
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