BILHETE DE SUICIDA
sou a sombra do meu eu
falo de tudo que me deu
a esperança morta
o medo
do fim
importa
a mim
que
o débito venceu
em dores imersa
pena a alma
perde a calma
toda submersa
ressoam
zumbidos
ecoam
tinidos
na lonjura
dispersa
queria ver perspectivas
ao alcance de todos
espelhos a refletir
imagens
tranqüilas
em sonhos
banhadas
de alegre
porvir
escravo das sombras
perpasso penúrias
carrego as injúrias
na penumbra da vida
sem
vislumbre de luz
suporto
o peso da cruz
preparo
tristonho a ida
ó
sombras do ocaso
ó
penumbras do fado
ou dais
espaço à luz
ou a
pó se reduz
um corpo
desalmado
só
um triste recado
num
bilhete eu pus
(Prof Roque)
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