A Garganta da Serpente

Pushkin

Aleksandr Sergeevich Pushkin
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NÃO PENSES, MEU AMOR...

Não penses, meu amor, que no meu seio guardo
o tumultuar do sangue, o frenesi de que ardo,
os uivos dela, os gritos de bacante em cio,
quando, como unia cobra, sob mim se torce,
e em beijos que remordem e na carícia urgente

vem o estertor final da consumada posse.
Mais doce és tu, amor, tão sossegada e calma -
pelo prazer dorido com que eu sou todo alma
quando, após longamente suplicar-te ansioso,
com pudica modéstia cedes ao meu gozo
e a mim te dás enfim, mas desviando o olhar.

(tradução: Jorge de Sena)


(Pushkin)


voltar última atualização: 01/11/2005
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