NÓS
Feixe de nós que se embaraçam
na rede de minhas veias.
Faço, então, fluir o líquido refrescante
do arrependimento
porque não quero amarras,
porque quero ser livre como o vento...
É tempo de liberar as peias
que possam segurar minha alma
e amarrar meu coração;
desembaraço minha vida dessas teias
pedindo perdão.
Serei livre, liberta de nós,
dos atados, dos apertados,
mal acabados,
mal feitos que fiz (que me fizeram).
Um a um os desato,
desfaço os fiapos
e os solto no espaço
para ser mais feliz.
Minhas mãos no éter desatando nós,
purificaram meus sentimentos.
Serei sempre fiandeira
dos meus sonhos e pensamentos.
Num respirar profundo de alívio
de não ter mais um baú de nós
que me sirvam de empecilho,
voarei mais alto e mais longe e assim
eu serei mais eu, sem amarras,
sempre à frente de mim.
Meu nome será um mito
e estarei eterna no infinito!
(Março/1999)
(Rachel dos Santos Dias)
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