A Garganta da Serpente

Rachel dos Santos Dias

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A COR DA LÁGRIMA

Obrigada por me fazer ver
Que a lágrima não tem cor.
Também não tem consistência.
Se tivesse, machucaria minha face
Ao descer em turbilhão...
Também não é áspera,
Se fosse, meu rosto teria um profundo sulco
Dos olhos ao coração.
São levemente salgadas
Quando se sente o prazer da alegria!
Mas, somente sabem ao paladar
As doces lágrimas da saudade
E elas não marcam o meu rosto!
As amargas do desencanto
Deixaram travos profundos
De infelicidade.

Que bom que não têm cor...
Se tivessem, por vezes desceriam vermelhas,
Como as lágrimas do Salvador!
Mas...São apenas gotas soltas
a contar do que ficou guardado
Atrás dos olhos,
No fundo do coração,
Na superfície da alma,
No cerne do meu espírito...
Obrigada por me fazer ver
Que a lágrima não tem cor.


(Rachel dos Santos Dias)


voltar última atualização: 07/07/2009
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