Labirinto entre os dedosSão pequeninos risquinhos sobre a face oposta ao sinal de vida. De tão rara, a suavidade acaba esquecida, entre tão afagos delirantes que se encontram na formulação das expectativas. Se bem olhar, não se distingue quantos são. Tente contar. Tente saber quando o escuro deixa sua mente dopada, e que o suor se faz resultado atrevido. Mas, são mais. Raízes expressas, em nem muito colante. O que transfere carinho, agressão, maldade e bondade, na antítese paralela, as variedades são muitas, algumas trabalhadas com o tempo, outras com a dor, sempre com a vida. Correr nas extremidades apenas e tão somente outras facetas iguais. Iguais nem em tamanho, mas parecidas, coloridas, bordadas, de cor suave, tão refrescante. Nas faces, tão opostas quanto narcisas, pode-se encontrar traição, mas isso é raro. Sempre há aquela que brinca no pôr-do-sol, de se esconder no arco-íris. São contrastes, mas são. Ternura pura, como o sorriso da rosa ao se esticar bem forte e receber a água em gotas. Trechos finos, em moldes negros, verdes, vermelhos. São às vezes sujos com o que há de profundo, em veias, ossos únicos. Mas ser único aqui é ser bem igual. E o igual costume trazer outro. Outro espelhado, mas outro. Mas são diferentes, pode-se dizer. Há estalos, uns alto, outros com dor. Na raiz, saudade, na essência da vontade. Costume de se pensar como alguém - desejado como ninguém. Mas há - sempre há, o fazer-me bem. É fragilmente piegas, mas socorre a quem não se demonstra aceito. Precisa-se esperar tanto, mesmo na forma em que está? - Precisa! - Foi sempre assim, de atitudes atadas. Mas pode ser que entre tantos rumos, em cada lisa pausa, existam ramificações tão constantes e integras que possa trazer de fato o rabisco sensível, o prazer extremo, a maciez verdadeira. E pode sim, se você olhar e ver, abra bem forte. Vai estalar e esticar como abraço de criança, suas mãos sentirão o brisar do pingo de chuva, da lágrima da saudade, a perda que voltou - pode abrir - sua palma tem mistério, tem cheiro, tem um mundo nela, sem ter nada escrito. (Rafa Silvestre) |