A Garganta da Serpente

Raul Pompéia

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Verde, Esperança

A impetuosa alegria da terra, à passagem de Flora, a primavera verde, compromisso maternal do outono e da opulência.

Náufragos no mar.

Sem pão, sem rumo. Em roda, o gume afiado do horizonte, a reverberação do sol nas águas e o silêncio solene da calmaria. A vela do barco, flácida, pendente - imagem do abatimento. Ligeira viração depois; denso nevoeiro... quatro dias! sudário de brumas que envolve o barco, elimina o céu. Vão acabar assim, amortalhados na bruma. Um ramo, apenas, sobre as águas, um ramo cor da esperança. Salvos! Adivinha-se o continente salvador através da névoa e o panorama verde das florestas.

(Poemas em prosa do livro "As Canções Sem Metro")


(Raul Pompéia)


voltar última atualização: 25/08/2005
6966 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente