Branco, PazArminho imaculado e virginais capelas, o sagrado leito das mães, o rosto calmo dos mortos, os tranqüilos fantasmas. "Terminada a luta, minha boa Irene. Torno a ver-te enfim e aos queridinhos. Ver-me-ás também. Como se fica velho neste ambiente de pólvora queimada!" Dizia assim a carta, datada do acampamento. Irene ergueu os olhos para a tarde, os olhos rasos de pranto. Expirava o crepúsculo na ditosa agonia dos patriarcas, lenta e mansa; errava no ocidente a neblina lúcida da última hora, saudade apenas no dia extinto. A estrela plácida das tardes parecia olhar a terra; em frente alava-se a lua e o luar noctâmbulo ia, pelos caminhos, semeando a difusão suavíssima da paz. Irene abandonou-se ao êxtase contemplativo, gozando o crepúsculo, como se lhe invadisse o sentimento a letargia edênica do anoitecer. (Poemas em prosa do livro "As Canções Sem Metro") (Raul Pompéia) |